AS MANHÃS DE CLARA
Clara acorda com o canto do sabiá que, há pouco mais de um mês, fez morada na quaresmeira em frente à sua janela. Alguns poucos raios de sol conseguem penetrar pela fresta da veneziana e alcançam a mesa de cabeceira onde há um abajur, um porta-retratos mostrando três rostos sorridentes e um livro. Em outros tempos, ali estaria um aparelho celular pronto para ser empunhado pelas mãos ávidas de uma Clara ainda sonolenta logo nos primeiros minutos em que ela abrisse os olhos pel