E se eu te dissesse que hoje é o melhor dia da sua vida?

Quando já estou deitada, pronta para dormir, costumo fazer um breve exame do meu dia.

E há algo de que apenas muito recentemente comecei a me dar conta. Algo que jamais muda, dia após dia, quando deito minha cabeça no travesseiro e penso sobre o que fiz ou deixei de fazer ao longo das últimas 24 horas.

O fato imutável é que eu nunca me arrependo de não ter assistido a mais vídeos ou aulas edificantes no YouTube. Nunca me arrependo de não ter lido mais páginas de um livro. E até mesmo nunca me arrependo de não ter feito faxina em mais cômodos da minha casa.

E nada disso teria sido ruim, concorda? Nos instruirmos é bom, ler é bom, cuidar da casa é bom. Mas são coisas que, por algum motivo, jamais me causaram qualquer sensação de arrependimento quando deixaram de ser feitas.

Por outro lado, vira e mexe a noite chega, e eu me pego desejando ter sido mais gentil e amorosa naquele dia. Com frequência, gostaria de ter me sentado no chão e brincado mais com a minha filha. Gostaria de ter orado mais e buscado, com mais intencionalidade, a presença de Deus.

Mas, bem, qual é a diferença entre cuidar da casa, e me sentar para brincar com a minha filha? Por que deixar de assistir a uma aula não me traz arrependimento, mas não cultivar o meu tempo de oração faz com que eu tenha uma sensação amarga? Por que a falta de gentileza me gera pesar, e o livro não lido não tem qualquer relevância?

O motivo é simples.

Aquilo que mais importa é a nossa relação com o nosso próximo e com Deus, é a forma como transbordamos graça, a maneira como criamos laços e amamos uns aos outros.

Isso significa que esse relacionar-se com presença, intenção e gentileza deveria ser a grande prioridade de todos e de cada um dos nossos dias.

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E se eu te dissesse, então, que hoje é o melhor dia da sua vida?

Quando passamos a enxergar o hoje dessa forma, dificilmente vamos conseguir viver o dia levianamente, sem cuidarmos do que mais importa. Se tivermos a consciência de que o hoje é uma bênção, um presente, não iremos permitir que esse precioso dia seja desperdiçado.

E, para mim, são duas as principais formas como, por vezes, deixo de desfrutar verdadeiramente de cada dia e termino a noite com a difícil percepção de que não dei atenção ao que de fato deveria ter dado: ao lotar a minha lista de afazeres com inúmeros compromissos e tarefas que estão ali apenas esperando por um check após o outro. Ou, então, ao fazer o exato oposto: deixar a procrastinação e as distrações tomarem as rédeas do meu tempo.

Se você também sente que costuma cair para um desses lados, siga comigo, pois trago soluções para você - e para mim mesma rs! :)

Vamos pensar primeiro no caso em que a lista de tarefas é infinita. Ah! Aqueles dias em que nossas atividades e compromissos lotam a agenda ou o planner.

Na hora de planejar, é tão fácil ir simplesmente empilhando uma tarefa após a outra. Cada minuto do nosso dia é devidamente preenchido por algo produtivo. Talvez a gente até consiga espremer ali alguns minutos para fazer uma leitura em voz alta para as crianças ou, quem sabe, um tempo para assistir a um filme com o marido. Mas tudo devidamente cronometrado para que dê tempo de nos dedicarmos às outras tantas tarefas também, claro.

O resultado dessa gigantesca lista de afazeres, ao menos para mim, é o seguinte: eu não tenho nenhum real tempo de liberdade para simplesmente estar presente com quem amo "só" porque quero. Não posso me dar ao verdadeiro luxo de estar tão entretida montando um quebra-cabeça com a minha filha, que nem vejo o tempo passar. Não posso me perder em uma longa conversa com o meu marido sem checar o horário. Não consigo assar um bolo, fazer um café e chamar meus pais para uma visita "do nada". Não posso, pois minha agenda está cheia.

Puxa, então, vamos simplesmente cancelar todos os nossos compromissos? Você sabe que não. Vamos, sim, honrá-los. Mas antes de incluirmos qualquer tarefa na nossa lista, vamos analisar sua relevância e real importância. Não é só porque algo é bom que deve fazer parte da nossa vida. Talvez você possa fazer aquele curso no próximo ano. Talvez possa dividir melhor a faxina ao longo da semana. Talvez você simplesmente não dê conta de responder todas aquelas mensagens e e-mails em um único dia. Talvez a sua criança não precise de tantas atividades extras e vocês possam simplesmente passar mais tempo juntas.

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Gosto muito de planejar meus dias pensando nas nossas âncoras.

O que é algo que merece fazer parte do hoje para que ele seja o melhor dia da minha vida?

E as âncoras em geral irão envolver, como eu disse acima, os laços que criamos com quem amamos e com Deus. Para exemplificar, a primeira âncora do meu dia é o meu tempo de quietude, em que leio a Bíblia e escrevo as minhas orações. E a âncora do entardecer é prepararmos um ambiente gostoso, com música, luz baixa e velas perfumadas para que a nossa família receba o anoitecer com intencionalidade.

E quando o nosso problema são as distrações e a procrastinação?

A falta de foco faz com que desperdicemos (em outras palavras, joguemos fora!) o nosso precioso dia com coisas infrutíferas. E isso rouba de nós o tempo que poderíamos ter usado para fazer aquilo que nos traria leveza e alegria..

Bem, e lá vou eu bater na mesma tecla de sempre (quem me acompanha há um tempo lá na Rádio Leveza já deve imaginar qual será a minha solução para esse problema, né?). Só há duas formas de vencermos a procrastinação: termos mais força de vontade e reduzirmos as fontes de distrações. No meu caso, deixei de usar Instagram e WhatsApp. Além disso, quando estou em casa, deixo o celular na gaveta e só uso o telefone fixo. Talvez seja radical mas, puxa, para mim está sendo uma bênção! E convido quem quiser saber mais sobre essa minha jornada pelo minimalismo digital a ouvir os programas da Rádio sobre o assunto lá no Spotify ou pelo YouTube.

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Então, querida leitora, termino o texto de hoje com um lembrete: Nós temos apenas o hoje. E ele merece ser tratado como o melhor dia de nossas vidas!